sábado, 31 de julho de 2010

Saul Alinsky



Saul Alinsky




Saul Alinsky (1909 - 1972) foi um dos mais brilhantes organizadores comunitários nos Estados Unidos. Durante toda sua vida ajudou quem pouco tinha a organizar-se, e a fazer frente ao Poder. Os seus conselhos e estratégias, resumidos nos livros Reveille for Radicals (1946) e Rules for Radicals (1971), influenciaram os métodos utilizados para organizar a agitação estudantil nos campus americanos durante os anos 60. Durante as últimas eleições presidenciais nos EUA, o nome de Saul Alinsky tornou-se de novo conhecido, agitado pela Direita paranóica como prova duma conspiração comunista para tomar de assalto os USofA (quem nos dera!). É que os dois viveram perto durante alguns anos, e terão, talvez, trocado algumas palavras... para além de que Barack Obama, tal como Hilary Clinton (que escreveu em 1969 uma tese sobre Saul Alinsky), ter trabalhado em organizações comunitárias.

O que Saul Alinsky defendeu e escreveu há 40 anos atrás continua a ser espantosamente válido, e o seu livro Rules for Radicals é leitura importante para quem pretenda criar uma dinâmica maioritária para a mudança radical. Não é para estômagos leves, nem para almas puras. Saul Alinsky era um pragmático, para quem a validade dos meios não podia ser considerada isoladamente, mas apenas tendo em conta a probabilidade de sucesso e os fins que se pretende atingir. Aqui podem ler uma introdução às ideias de Saul Alinsky.

NIETZSCHE



- Estou à procura de um livro, o Assim Falava Zaratruta

sexta-feira, 30 de julho de 2010

António Feio [O Grande]


Algumas fotos:














Carta ao leitor:
"É contada na 1ª pessoa e com algum sentido de humor porque de um humorista se trata, mas poderia ter sido bem mais dramática se não fosse detectado o erro humano a tempo e horas. Senão vejamos. Ou antes... passemos à leitura do caso contado por António Feio que, como todos sabemos, anda a contas com um bichinho malvado que lhe quer causar estragos e que ele quer debelar com muita determinação e força. [lutou até que o chamaram]

"Na semana passada fiz a minha primeira sessão de quimioterapia.O meu Oncologista receitou-me um medicamento para os enjoos (SOS) que eu muito cautelosamente fui comprar à farmácia. Eram 13h30 e estava eu à porta da Farmácia para aviar a receita. Para espanto meu, percebo que a Farmácia fecha à hora de almoço. Ok. A solução era voltar uma hora mais tarde e assim o fiz.Quando voltei pouco antes das 14h30 (hora de reabrir) esperei que a porta abrisse. Esperei e continuei a esperar até às 14h45. E lá chegou uma senhora a falar ao telemóvel que devia estar a tratar de um assunto muito importante porque a porta primeiro que abrisse ainda demorou mais uns cinco minutos.Finalmente consegui entregar a receita à senhora da Farmácia. Confesso que o ar da senhora era no mínimo assustador. A receita (ainda a tenho comigo, assim como o recibo do remédio) tinha escrito METOCLOPRAMIDE.Paguei e vim-me embora.Durante esse dia e os seguintes, os tais sintomas de enjoos e náuseas provocados pela quimioterapia deitaram-me completamente abaixo. Fui mesmo obrigado a cancelar os espectáculos que tinha a norte do País.Na sexta-feira fui ter com o meu oncologista para lhe pedir qualquer coisa que me aliviasse o mal estar. Ele assim o fez e receitou-me um outro remédio que comecei a tomar logo e que rapidamente começou a fazer efeito. No Sábado, Domingo e Segunda, voltei a sentir-me bem.Hoje fui novamente ao Hospital para fazer a segunda sessão de quimioterapia e, qual não é o meu espanto, quando falava do meu estado de má disposição da semana passada e mostrava os comprimidos que andava a tomar, quando percebi que o remédio que eu andava a tomar para os enjoos não era para os enjoos mas sim para a Diabetes. Em vez do tal METOCLOPRAMIDE, estava a tomar METFORMINA.A senhora da Farmácia tinha-me, pura e simplesmente, dado um medicamento errado.Não só passei vários dias a tomar um remédio que não me aliviava, como ainda por cima, me diminuía os níveis de açúcar no sangue!!! Podia só ter tido um ataque de hipoglicemia. Este texto é só um desabafo.Agora saiam da frente que eu vou ali abaixo "TRATAR DA SAÚDE" à senhora da Farmácia. Ou não fosse hoje o DIA MUNDIAL DA SAÚDE (LOL)"Parece uma "Conversa da Treta" mas foi de verdade! Dá para acreditar? Como é possível existir pessoas com tamanha incapacidade para o bom desempenho das suas funções profissionais? Em lugares como este não é suposto estar alguém de idoneidade comprovada para a função? Assim... não!!!! Sempre ouvi dizer que: - "com a saúde não se brinca"
A VIDA É LINDA ... SORRIA PARA ELA!
Todo este engano e mais que se têm verificado,são em minha opinião por culpa dos médicos e dos políticos não só dos farmaceuticos. Senão vejamos:Porque carga de água 90% dos médicos continuam a escrever aquela letra chamada de médico, que eu raramente entendo uma letra quanto mais uma palavra. Será que este tipo de escrita não pode enganar um farmaceutico, quando se trata de um medicamento com nome parecido como foi o caso desta situação?Porquê os politicos não criam lei para que estes senhores sejam obrigados a escrever letra bem legível ou até de imprensa para evitar situações gravíssimas para os doentes. Reeviem este e-mail para a maior gente possível para ver se tem algum eco na cabeça de quem nos governa."
António Feio

Eu dedico esta música:

Carta a "um filho de um deus maior"




terça-feira, 20 de julho de 2010

Obra de Franz Kafka sai de banco suíço

Espólio de Kafka (na foto) estava, até ao momento, à guarda das herdeiras de Max Brod

Espólio do escritor disputado pela Biblioteca Nacional de Israel

Obra de Franz Kafka sai de banco suíço

Em vida, Franz Kafka entregou tudo o que tinha escrito ao amigo Max Brod. Com uma recomendação: que destruísse tudo depois da sua morte. Max Brod desobedeceu-lhe. Agora, 86 anos depois da morte do escritor de Praga, manuscritos e desenhos que fez – e que estiveram guardados durante cinco décadas no cofre de um banco na Suíça – vão ser levantados. Aguarda-se uma batalha legal pelos direitos da obra.

Por:A.M.R. com Lusa

O espólio de Kafka estava, até ao momento, à guarda das herdeiras de Max Brod – Ruth e Eva Hoffe – mas as autoridades israelitas reclamam-no, justificando a pretensão com o facto do escritor ter nascido no seio de uma família judia.

Segundo os israelitas, a obra – que inclui os manuscritos originais dos contos ‘Um Médico Rural’, ‘Um Sonho’ e ‘Preparativos de uma Boda no Campo’ ou ainda a famosa ‘Carta ao Pai – devia estar na Biblioteca Nacional de Israel.

Nascido em 1883 em Praga, Franz Kafka cresceu numa encruzilhada cultural: influenciado pelas culturas judaica, checa e alemã, foi autor de uma obra de grande originalidade que viria a influenciar toda a escrita do Século XX.

Em 1902 conheceu Max Brod, a quem entregará o seu trabalho, pedindo-lhe que o destrua após a sua morte – que ocorreu em 1924, no sanatório Kierling, Áustria, onde estava internado devido à tuberculose.

Em 1939, perseguido pelos nazis, Max Brod emigrou para Telavive, levando consigo o importante espólio que, antes da sua morte, entregou à secretária Esther Hoffe. Esta depositou-o em 1956 nunca banco suíço, de onde só agora sai.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Dia-A-Dia do Professor...

Devido ás constantes mudanças nos critérios, finalidades e execução dos objectivos vou ficar pelo 3º volume do pré-escolar....acredito que no final desta legislatura consiga acabar o volume 4º do pré-escolar e dar início ao 1º volume de um conjunto mais alargado do Básico se nessa altura ainda tiver esta designação.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Lídia Jorge - A MAÇON



Autor Sinopse

É o único texto que Lídia Jorge escreveu, até agora, para teatro. Editado pelas Publicações Dom Quixote, em 1997, no preciso momento em que a peça foi levada ao palco pelo encenador Carlos Avilez, no Teatro Nacional Dona Maria II. A Maçon é a dramatização da vida de Adelaide Cabete, célebre médica maçona dos finais do século XIX , princípio do Século X, uma feminista de vanguarda cujo carácter e biografia fazem da sua figura um símbolo do empenho de uma mulher insubmissa, nos tempos controversos da Primeira República. A peça centra-se num determinado dia da vida da protagonista e chama para a acção encontros com figuras do seu presente e do seu passado, criando através dos diálogos, ora emotivos ora simbólicos, um ambiente entre o histórico e o onírico. Mais do que uma peça escrita em sintonia com as opções das mulheres, A Maçon acaba por ser um texto sobre a recuperação da memória para a construção da liberdade individual e colectiva.

Trata-se de um texto escrito para teatro, com marcas narrativas muito evidentes.


Actualmente, a edição, que teve a comparticipação da Sociedade Portuguesa de Autores, encontra-se esgotada.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Matilde Rosa Araújo (1921-2010)



Foto (Miguel Madeira)

Matilde Rosa Araújo (1921-2010)

Morreu a fada-madrinha da literatura infantil portuguesa


Matilde Rosa Araújo, que hoje morreu em Lisboa, aos 89 anos, será lembrada como um nome decisivo da literatura infanto-juvenil portuguesa da segunda metade do século XX, mas essa foi apenas uma das dimensões de uma vida da qual se pode dizer, como de poucas, que foi inteiramente dedicada às crianças. Enquanto escritora, mas também como professora, pedagoga e activista militante de instituições como a Unicef ou Instituto de Apoio à Criança.

Além de livros para adultos, deixou, em prosa e em verso, mais de duas dezenas de obras para crianças, organizou antologias e divulgou incansavelmente quer autores mais jovens, quer os pioneiros da literatura infanto-juvenil portuguesa, como Aquilino Ribeiro, Ana de Castro Osório ou Olavo d’Eça Leal. “A Matilde foi a fada-madrinha da literatura infantil” portuguesa, disse o escritor António Torrado, num dos muitos e comovidos testemunhos que assinalaram a morte da autora.

Para se perceber a que ponto a escritora se tornou na grande “figura tutelar para autores das gerações seguintes, como António Torrado, Luísa Ducla Soares ou Alice Vieira”, como afirma o poeta e ensaísta José António Gomes, autor de um estudo sobre a poesia de Matilde Rosa Araújo, é preciso ter em conta não apenas os seus livros, mas também o empenho com que se dedicou a divulgar a literatura infanto-juvenil portuguesa, em artigos de imprensa e conferências, bem como o seu contributo para que estes livros começassem a ser adoptados nas escolas.

Matilde Rosa Araújo não terá sido uma escritora do calibre de uma Sophia de Mello Breyner Andresen, a cuja geração pertenceu, mas, mesmo assim, António Torrado pode bem ter razão quando diz que a autora de O Livro de Tila “era a medida padrão para a literatura infanto-juvenil”.

Nascida, em 1921, numa quinta que os avós possuíam em Benfica, Matilde estudou em casa, com professores particulares, e formou-se depois em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, tendo tido como professores Vitorino Nemésio e Jacinto Prado Coelho. A sua tese, sobre o género jornalístico da reportagem, foi a primeira análise académica que em Portugal se dedicou ao jornalismo. A imprensa sempre a interessou e foi colaboradora regular de diversos jornais – e de revistas literárias como Távola Redonda, Graal, Árvore, Vértice ou Seara Nova –, deixando dispersos um grande número de contos, poemas, crónicas e artigos.

Professora do ensino secundário ao longo de quarenta anos, em escolas de norte a sul do país, revelou-se como escritora em 1943, com A Garrana, que venceu o concurso “Procura-se um novelista”, organizado pelo jornal O Século e pelo Rádio Clube Português. Mas, descontados alguns poemas infantis publicados em revistas, só em 1957, com O Livro de Tila, inaugurou a sua carreira de escritora infanto-juvenil.

Com raras excepções, toda a sua poesia para crianças ronda em torno desta Tila, diminutivo do seu próprio nome. A parte mais substancial da sua obra é constituída por novelas e livros de contos, mas também a sua prosa, como nota José António Gomes, “valoriza mais a escrita do que o enredo” e está cheia de “marcas líricas” que a afastam da narrativa convencional. Gomes recorda ainda que a qualidade da sua poesia levou Fernando Lopes-Graça a musicar integralmente O Livro de Tila, criando aquele que, na sua opinião, “é o melhor cancioneiro infantil na história da música portuguesa”.

Antes de 1974, a obra de Matilde Rosa Araújo, diz Gomes, estava próxima do ideário neo-realista e “trouxe para a literatura os meninos de pé descalço, do trabalho infantil”. Mas, sem mudar a sua visão essencial, soube adaptar-se aos novos tempos, tratando, por exemplo, temas ambientais. Deixa inédito o livro Florinda e o Pai Natal.

A ministra da Educação, Isabel Alçada, também autora de livros para crianças, descreveu Matilde Rosa Araújo como “uma pessoa com uma grandeza de alma extraordinária”, que “deu um contributo maravilhoso para a nossa literatura e para a forma como os adultos se relacionam com as crianças”. Também a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, prestou homenagem à escritora que “povoou o imaginário de inúmeras crianças portuguesas” e “influenciou inequivocamente gerações de escritores”.

Na literatura infanto-juvenil, diz o comunicado do Ministério da Cultura, “haverá sempre um antes e um depois de Matilde Rosa Araújo”.

O funeral da escritora, cujo corpo está hoje a ser velado na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, tem lugar esta tarde, pelas 15h00, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.