sábado, 16 de junho de 2012

A GUERRA SECRETA DE SALAZAR EM ÁFRICA



Prefácio de Luís Da Costa Correia.
Aginter Press
Uma rede internacional de contra-subversão e espionagem sediada em Lisboa.
Em 1963, começou a operar em Portugal uma agência de imprensa chamada Aginter Press. O seu director era Yves Guillou, que usava, entre outros, o nome Yves Guérin-Sérac. O seu número dois chamava-se Robert Leroy. Veio a descobrir-se mais tarde - particularmente depois do 25 de Abril de 1974 -, através de documentação encontrada nos seus arquivos, que a agência se tratava, na realidade, de uma cobertura para um conjunto de acções secretas, algumas a realizar em Portugal e outras noutros países europeus, mas especialmente em África e mais tarde na América Latina. Essas operações secretas ou de cobertura tinham todas as características da guerra subversiva, no âmbito duma rede terrorista internacional, fascizante e de cruzada anticomunista.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Lisboa - A Guerra das Sombras na Cidade da Luz, 1939-1945" de Neill Lochery

Um dos períodos da nossa história que mais me fascina é sem dúvida a época que antecedeu o meu nascimento – os anos do Regime Salazarista.
Talvez pela parca informação que recebemos na escola, ou porque simplesmente foram tempos complicados pelos quais tiveram de passar os nossos familiares diretos - avós, pais e tios - é um prazer enorme poder levantar um bocadinho do véu que cobre essa época.
Os testemunhos na primeira pessoa ainda são relativamente fáceis de angariar, mas são facilmente manchados pelo teor pessoal e pelas contradições, que a meu ver nos mantêm na obscuridade.
Uma das grandes perguntas que me colocava era como conseguiu Salazar manter a imparcialidade perante uma situação de guerra na Europa e ao mesmo tempo lucrar com isso. 
Todo esse jogo de cintura, a verdadeira arte da política ministrada por Salazar, é-nos explicado neste livro. 
Simultaneamente, somos apresentados a uma Lisboa extraordinária, a Cidade da Luz, palco de espionagem internacional e cenário de refúgio idílico para muitos refugiados.
Um livro estrondoso que nos demonstra, de uma forma extremamente fácil de entender ao mesmo tempo que bem documentada, o que o trabalho de Salazar nessa época significou para este pequeno jardim à beira mar plantado.

Tenho de referir igualmente a qualidade desta edição. Adoro a capa, está deveras bem conseguida. Lisboa aparece-nos como se estivesse envolvida numa aura de mistério. E para completar somos presenteados com um bloco de fotografias que nos ajudam a visualizar melhor esta ou aquela personalidade ou evento. 
Neill Lochery é doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Durham. É um conceituado especialista em história política de Israel, do Médio Oriente e do Mediterrâneo. Colabora regularmente como comentador na imprensa televisiva internacional e é autor de cinco livros e de inúmeros artigos para jornais e revistas. Atualmente é responsável pela cadeira de Política Israelita na UCL (University College London) e divide o seu tempo entre Londres, Lisboa e o Médio Oriente.