Um livro onde a mistura do pincel se confronta com as palavras.
Ao abri-lo entro no atelier de granito das portas escurecidas pelo tempo uma delas entreaberta que nos leva a percorrer cada página como uma ferocidade como se a fome estivesse presente.
A data da dedicatória escolhida entre tantos números deste Inverno sem inferno peca pela distancia não poderia ser melhor escolhida, 11/11/11.
Passo os olhos pelo prefácio de “Alfredo Pasolino” que a determinada altura nos diz: …“Na pintura, a imagem produz não só metáfora mas também uma poética fundada na simplicidade expressiva:”…
Sigo para primeira pintura onde o olhar me deixa alguns momentos interiorizar o pensamento que lhe vai na alma desse homem de cores vivas. Por detrás o primeiro poema de um livro rico em momentos e paixões.
“A ARTE
A arte
provoca,
desperta,
apura,
sensibiliza
o estado de arrebatamento
das várias faculdades
que o ser humano possui,
tornando-o menos egoísta
e menos ignorante,
tornando-o mais de tudo
e mais de todos,
tornando-o assim
num ser mais pensante
e muito mais universal.”
Ali mesmo do outro lado da página, “O Cavalo” a força que nos transmite a elegância do passo a robustez do seu corpo e de seguida a “Dança”trás-nos a passagem para o próximo poema,
“Anjos da Guerra”
O pé ,
pequenino,
descalço, (…)”
E assim vamo-nos envolvendo na deliciosa mistura das cores com as palavras. E sem querer terminar o livro o autor (António João Tavararela A. Queiroz Aguiar)dedicado à sua Mãe o ultimo poema.
“TE ABRAÇO SENHORA MINHA MÃE”
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